Há cerca de três anos Ariadne era professora de marketing, tinha uma distribuidora de produtos pet, uma empresa de consultoria e ainda era presidente de uma ONG que oferece consultoria jurídica gratuita. Além de tudo isso, tinha os afazeres da casa: ela é casada, mãe de duas filhas e de sete cachorros. Chegava a trabalhar 18 horas por dia, inclusive nos finais de semana. Foi quando seu corpo deu um sinal claro de que algo não ia bem.
“Eu era empresária, professora universitária, e tive um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Tive dificuldade para voltar a falar, estava há quase um ano em casa”, relata. Foi quando um dia, voltando da fisioterapia para casa, ela teve a ideia de começar a vender pães como uma forma de ganhar dinheiro, afinal, o problema de saúde a obrigou a abrir mão de uma boa renda.
“Tive então a ideia de começar o negócio. Já fazia e levava pão para minha avó, que estava doente, e comecei a fazer mais pães em casa”, conta. Além de funcionar quase como uma terapia, o novo negócio também a ajudava na prática de exercícios. É que como ela tinha de se exercitar (chegou até a ficar sem andar após sofrer o AVC), começou a sair pelo bairro onde mora, em Curitiba, oferecendo pão de porta em porta. Como os clientes também pediam bolos, salgados, Ariadne, que antes não sabia cozinhar, ampliou a gama de produtos ofertados. Hoje, oferece, além dos pães, bolos, salgados e até mesmo produtos orgânicos.
“Os pães são meu marido quem faz. Os doces sou eu e os orgânicos é uma amiga minha que tem chácara”, explica a empresária, que atende de terça a sexta-feira, visitando uma região diferente da cidade a cada dia da semana. Se no início vendia menos de uma dezena de pães por dia, agora já saem entre 100 e 300. O salto e a roupa executiva foram aposentados. “O importante é se sentir bem”, diz. “Abri mão de muita coisa e não me arrependo de nada”. (Com Bem Paraná)