Terça, 20 Outubro 2015 09:26

Duzentos animais encalham e são achados mortos na orla do Paraná

Em menos de dois meses, 200 animais foram encontrados mortos na orla das praias paranaenses.

 

Segundo informações do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a taxa de encalhe registrada desde o dia 24 de agosto é equivalente à média anual registrada entre os anos de 2007 e 2014, sendo que entre as vítimas estão animais na lista de espécies em extinção.

 

De acordo com a bióloga Camila Domit, integrante do CEM, nos anos anteriores foram encontradas cerca de 150 carcaças de tartarugas marinhas e 40 de golfinhos. Nos últimos 56 dias, no entanto, já foram encontrados cerca de 114 tartarugas mortas. A lista inclui ainda golfinhos e aves.

 

Segundo a especialista, a alta com relação a outros anos é possivelmente reflexo do fenômeno climático El Niño, mas também resultado da ampliação do trabalho realizado pelo CEM. É que entre 2007 e até meados deste ano, o centro de estudos realizava o monitoramento de forma semanal. No final de agosto, porém, teve início o “Projeto Monitoramento de Praia”, que é uma condicionante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à Petrobras para a exploração das áreas de pré-sal. Com mais recursos, o monitoramento passou a ser feito diariamente.

 

“Em agosto começamos um novo projeto, com mais recursos, para que esse trabalho passasse a ser diário. Então esse resultado pode, sim, ser reflexo das condições do próprio esforço de monitoramento que estamos fazendo”, aponta a especialista. “Mas além disso, acreditamos que esse aumento no número de mortes também esteja relacionado com o El Niño, que trouxe muito mais frentes fiar, que trazem vento e chuva. Com isso, muitas carcaças podem ser sido carregadas para a orla”, complementa.

 

Camila comenta ainda que por conta das mudanças na forma como é feito o monitoramento, fica difícil apontar se houve uma piora da qualidade do meio ambiente neste ano. Ela, no entanto, diz ser inquestionável o fato de que o ambiente já está degradado há bastante tempo.

 

“Com esse tempo todo de trabalho, nós já temos algumas conclusões (sobre a condição ambiental). Os animais estão com o sistema imunológico debilitado e isso é consequência do estresse ambiental. Se você está debilitado, muito cansado e estressado, chega uma hora que seu corpo não consegue mais suportar e o corpo começa a apresentar uma série de doenças”, explica a especialista, apontando ainda que o que vem acontecendo com os animais serve de parâmetros para o ser humano.

 

“Esses animais se alimentam dos mesmos peixes que a gente e vivem em áreas costeiras como muitas pessoas. Então eles acabam sendo um bom comparativo. É o que chamamos de sentinelas ambientais, que é quando esses animais trazem uma resposta sore a condição do ambiente, da questão de influência direta ao homem”, diz.(Com Bem Paraná)

 

 

 

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