Em Santa Catarina a queda foi de 6,5% e no Rio Grande do Sul, de 4,2%. A Abramat apura as vendas no varejo, indústria e construtoras.
Na região Sul, o setor faturou R$ 740 milhões entre janeiro e junho 4,1% menos que no mesmo período do ano anterior. Em junho deste ano, o segmento movimentou R$ 289 milhões no Paraná o que representou uma queda de 3,9% frente às vendas de maio.
No entanto, pequenos empresários que atuam no setor afirmam que a queda na vendas foi ainda maior. “No segmento da acabamentos, o recuo ficou entre 30% e 40%”, afirma Elizabeth Celli, proprietária da loja Celli Materiais de Construção, localizada no bairro Vila Guaíra.
Elizabeth diz que nos demais itens houve queda nas vendas, mas em menor patamar. “Com a atual crise, o que as pessoas podem deixar para depois, elas deixam”, conta. Ela diz que as pessoas erguem as paredes da construção e deixam o acabamentos para fazer depois e aos poucos.
Apesar do recuo, os empresários do setor apostam em um aquecimento até dezembro. A exemplo de anos anteriores, a partir de novembro começa a haver uma demanda em função das reformas de fim de ano. “O pessoal costuma usar parte do 13º para arrumar a casa para as festas”, conta Elizabeth. “Vamos ver como será neste ano”, comenta, ressaltando que o tempo influi muito nas vendas. “Se chover, as vendas param, mas se fizer sol, poderemos ter um bom final de ano”, finaliza.
“As vendas nos mercados imobiliário e de infraestrutura apresentaram quedas mais acentuadas, em decorrência das incertezas com a economia, que posterga a realização dos empreendimentos”, afirmou, por meio de nota, o presidente da Abramat, Walter Cover.
Segundo ele, além de um baixo desempenho em obras de casas populares vinculadas ao Projeto Minha Casa, Minha Vida , diminuiu principalmente a demanda nas lojas da rede varejista. “O mercado do varejo, que nos últimos anos vinha crescendo a taxas bastante altas, também vem sofrendo por causa do aumento do desemprego, da renda e de restrições ao crédito”.
Ainda de acordo com Walter Cover , o país precisa concluir rápido os ajustes na economia para retomada do crescimento. Embora reconheça que o dólar valorizado favorece o setor por meio da substituição de itens importados, o dirigente afirma que faltam definições sobre a política cambial.
No Brasil, as vendas de materiais de construção no país caíram 16,8% em setembro, na comparação com igual mês do ano passado, e 2,3% sobre agosto último. No acumulado desde janeiro, há uma retração de 11,4% e, nos últimos 12 meses, recuo de 10,2%. Os dados são da Abramat e indicam uma redução dos negócios em relação ao mês passado, quando foi registrado um crescimento de 4,11%. A apuração dos dados regionais tem um atraso de dois meses.(Com Bem Paraná)