Sábado, 11 Julho 2015 14:46

Alerta: Chuva pode desencadear uma repetição das enchentes de 1983‏

A intensificação de uma área de baixa pressão atmosférica na madrugada desta sexta dia 10, no Paraguai formou um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM), região de nuvens com trovoadas embutidas e que dura até 24 horas provocando chuva, granizo, vendavais e muitos raios.

 

Somente no estado do Paraná, o site metereológico De Olho No Tempo apurou junto às autoridades, que mais de 40 municípios foram afetados por tempestades de granizo e ventos fortes, a maioria entre o centro-oeste, noroeste, norte e oeste.

 

Em Santa Catarina, também houve observação de chuva forte em parte do oeste, planalto norte e litoral norte.

 

Como há constante fluxo de ar quente ingressando da Amazônia (vento de noroeste), teremos uma repetição de quadros de tempo severo em boa parte de ambos os estados, pelo menos até a próxima terça dia 14.

 

Até lá, as simulações numéricas indicam a possibilidade de novas formações de tempestades, sendo que algumas podem produzir muitos raios, ventos fortes, granizo e mais remotamente, até tornados, e muita chuva.

 

O mês de julho que já apresenta anomalia positiva de precipitação em boa parte do Paraná e de Santa Catarina, pode terminar com valores bem próximos do fatídico julho de 1983, ano das enchentes extraordinárias que castigaram o Sul do país.

 

O que há de comum entre 1983 e 2015? El Niño, com intensificação cada vez mais crescente, e já bem próximo do Super El Niño de 1997. Em anos de Niño, há maior descontrole das correntes de vento em altitude e que acabam mantendo as instabilidades e frentes bloqueadas na Região Sul.

 

Ao contrário de 1983, agora temos regiões densamente povoadas e urbanizadas, o que só faz aumentar os problemas de infraestrutura das cidades caso um evento de chuva extrema venha a ocorrer novamente.

 

No campo de visão da modelagem numérica, a situação é muito preocupante, pois unânime é o prognóstico de muita chuva, especialmente para municípios do centro, noroeste, oeste, sudoeste e sul do Paraná e no oeste, meio-oeste, planalto norte, Vale do Itajaí e Vale do Itapocu, em Santa Catarina. Alguns municípios podem acumular até terça-feira, entre 200 e 400 milímetros de chuva. 

 

Tal índice pluviométrico em um curtíssimo espaço de tempo pode forçar a elevação do nível de vários rios e até bacias hidrográficas inteiras, o que não dá vazão e a enchente ocorre em grandes proporções. Também há de se cruzar os dados do montante de chuva com o relevo e o mecanismo em que as cidades se desenvolveram para manter sob vigilância absoluta, o risco elevado de deslizamentos de terra. 

 

 

 

 

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