Segunda, 01 Junho 2015 09:22

Governo do Estado e servidores partem para o “tudo ou nada”

A Assembleia Legislativa retoma a discussão do reajuste salarial do funcionalismo em meio a um processo de radicalização do conflito entre o governo do Estado e os servidores públicos.

 

Desde a semana passada, quando professores e outras categorias rejeitaram a proposta de aumento de 3,4% entre setembro e novembro deste ano e outros 8,37% em janeiro de 2016, decidindo manter a greve, o clima de confronto entre o Executivo e os sindicatos representantes do funcionalismo só se agravou. E até agora não há nada que indique a possibilidade de um acordo. 

 

Nesta sexta dia 29, enquanto a APP-Sindicato voltava a ocupar as ruas em protesto contra a proposta, o governo partia para o contra-ataque, publicando na internet com destaque uma página que dá acesso aos salários de cada professor do Estado, e acionava a Procuradoria para cobrar da entidade na Justiça, o pagamento de uma multa de R$ 1,24 milhão pelos 32 dias em que manteve a greve declarada ilegal.

 

 

No mesmo dia, a Secretaria de Estado da Educação anunciava a confirmação do lançamento das faltas, e a decisão de que a partir de hoje, os diretores que não enviaram os relatórios com as faltas ou trancaram as escolas e impediram a entrada de alunos e professores serão convocados para apresentar esses dados aos Núcleos Regionais do órgão. Também confirmava que diversos processos administrativos já foram abertos em casos de insubordinação grave. Informava ainda que vários diretores que colocaram seus cargos à disposição serão substituídos. 

 

A ofensiva do Estado contra a greve incluiu ainda a divulgação de que no mês de abril, de acordo com dados do Portal da Transparência, a maior parte dos professores da rede estadual de ensino do Paraná recebeu até R$ 3 mil de remuneração. E cerca de 2,5 mil profissionais da Educação receberam acima de R$ 10 mil. Segundo a nota do governo, dos 98.898 professores da rede, 26% tiveram salários de até R$ 3 mil (26.307 professores).

 

O segundo maior grupo, que reúne 18.286 professores (18,4%), recebeu salários entre R$ 5 mil a R$ 7 mil no mês de abril. 

 

A estratégia adotada pelo Executivo é desgastar a categoria perante a opinião pública, para pressioná-la a suspender a paralisação das aulas e negociar um acordo. “A divulgação dos salários está matando eles. A população está ficando contra”, explicou uma fonte governista. 

 

Do outro lado, a APP rejeitou qualquer possibilidade de recuo, liderando uma mobilização que reuniu 10 mil pessoas, segundo a entidade, e 3 mil, de acordo com a Guarda Civil, para protestar contra a proposta do governo e relembrar um mês do confronto entre manifestantes e policiais no Centro Cívico, na votação pela Assembleia Legislativa das mudanças no plano de aposentadoria do funcionalismo no dia 29 de abril, que resultou em mais de 200 feridos. E sinalizou que a categoria deve sugerir aos deputados de oposição a apresentação de emendas ao projeto do Executivo, para garantir a reposição já dos 8,17% de perdas inflacionárias do período. 

 

Sem perspectiva - O líder da bancada do governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) – que encabeçou a elaboração do projeto na tentativa de superar o impasse – avisou, porém, que não pretende colocar a proposta em votação enquanto não houver alguma chance de negociação. “Acho que não devemos avançar na votação enquanto não houver o mínimo de possibilidade de consenso ou acordo”, explica o peemedebista, afirmando que o reajuste proposto pelo governo implica em um aumento de R$ 2,070 bilhões na folha de pagamento anual do Estado. “Se isso não resolve, melhor não votar nada”, diz. 

 

A oposição aposta na pressão dos servidores sobre os deputados governistas para “virar o jogo” e modificar o texto do Executivo em plenário. “Vamos estudar emendas para antecipar o pagamento”, diz o líder oposicionista, deputado Tadeu Veneri (PT). “Vamos discutir com o fórum dos servidores. O que for decidido, vamos votar”, diz, acusando o governo de jogar para colocar a opinião pública contra o funcionalismo, apostando na radicalização. (Informações Bem Paraná)

 

 

 

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