De acordo com reportagem exibida pelo jornal Paraná TV1ª Edição, essa foi a situação encontrada por 100 mil alunos dos núcleos regionais de Foz e Cascavel.
Em Curitiba, o Colégio Guido Straube, onde segundo a direção, 70% dos alunos compareceram nesta quinta-feira. Em entrevista, a diretora Rosália de Mello, a estrutura não estava 100% adequada para receber os alunos. Ela disse que havia dois professores e de seis profissionais da limpeza, pois não tinha orçamento para contratá-los. Segundo ela, com quadro reduzido, os demais profissionais tiveram que improvisar. A merendeira, por exemplo, também faz os serviços de limpeza.
Em Foz do Iguaçu e oito municípios vizinhos, cerca de 95% dos quase 50 mil alunos compareceram no primeiro dia de aula. De acordo com o Núcleo Regional de Educação (NRE), não foi registrado nenhum problema que impedisse o início do ano letivo. “Os dois dias de planejamento do calendário foram tranquilos. Todos estavam ansiosos para o retorno”, comentou a chefe regional, Ivone Muller. “Em Santa Terezinha de Itaipu, por exemplo, dois colégios retornaram ainda na segunda-feira e o restante na terça.”
Em alguns colégios da região de Foz a merenda escolar estava no limite, como no Tarquínio Santos e no Barão do Rio Branco. A carne enlatada é o produto mais escasso. “Nos primeiros dias, vai ser preciso aproveitar o que tem no estoque. A reposição de produtos como a carne e as verduras e legumes da agricultura familiar precisava da definição do início das aulas para que pudesse ser iniciada. As merendeiras são bastante criativas, por isso acredito que o lanche dos alunos estará garantido”, comentou Ivone ao estimar que tudo deverá estar normalizado em até dez dias.
De acordo com o governo do estado, desde terça-feira (10), os funcionários e professores se empenharam para organizar a estrutura para que os alunos pudessem retornar às atividades. No mesmo dia, começaram as entregas dos alimentos congelados como carnes e peixes, diretamente pelos fornecedores. Ao todo, foram enviadas 2.864 toneladas de alimentos, como arroz, feijão, macarrão, biscoitos, cereal matinal, leite em pó, farinha, fubá e barra de frutas.
Nas escolas de Cascavel, também no oeste, algumas turmas ficaram sem professores durante parte da manhã. Problema que, segundo o NRE – que abrange 18 municípios da região e aproximadamente 50 mil alunos distribuídos em 93 colégios - deve ser resolvido com o remanejamento de professores substitutos. Logo na chegada, estudantes foram informados sobre o que ficou acordado após os 30 dias de greve e como ficará o calendário escolar para 2015.
A greve
A greve teve início no dia 9 de fevereiro e atingiu mais de 950 mil alunos, que deveriam ter iniciado os estudos naquele dia. O movimento se encerrou após uma assembleia, no Estádio da Vila Capanema. Durante os 29 dias de greve, os educadores ficaram acampados em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e fizeram vários protestos.
APP- Sindicato
De acordo com dados da APP-Sindicato, 463 professores, entre eles pedagogos, concursados ainda não foram nomeados e que estariam fazendo falta nas escolas. Além disso, faltam funcionários para a limpeza e merenda. De acordo com as informações do governo, essas nomeações serão realizadas até a próxima segunda-feira, 16, e os Núcleos Regionais estão providenciando a contratação de mais funcionários para atender a demanda da comunidade escolar.
Sobre os problemas na estrutura das escolas, Altar Freire, responsável pela manutenção das Escolas da Secretaria Estadual da Educação, afirmou que os protocolos para que os recursos sejam alocados já estão prontos. (Com Bem Paraná e informações do PRTV1ª Edição)