Sexta, 13 Fevereiro 2015 10:43

'Absurda e violenta', diz Richa sobre manifestação contra 'pacotaço'

No primeiro pronunciamento após a polêmica envolvendo o “pacotaço” enviado à Assembleia Legislativa (Alep), o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), classificou como “absurda e violenta” as manifestações dos servidores.

 

Em nota publicada no fim da tarde desta quinta, dia 12, no site do governo, Richa afirmou que o tumulto foi provocado por “um grupo de baderneiros infiltrado no movimento dos professores”.

 

Mais cedo, o secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, pediu a retirada do “pacotaço”, que é o conjunto de medidas de austeridade proposto por Richa. A decisão foi tomada após manifestantes invadirem o pátio da Alep, enquanto os deputados se preparavam para votar um requerimento de transformação da sessão em Comissão Geral – o que permitiria a aprovação do “pacotaço” em apenas um dia.

 

“O que aconteceu foi uma manifestação absurda e violenta, que atenta contra a democracia, a liberdade de expressão e o estado de direito. Um grupo de baderneiros, infiltrado no movimento dos professores, impôs uma mordaça ao Poder Legislativo, impedindo temporariamente o seu funcionamento. É lamentável que a democracia, pela qual tanto lutamos, seja ameaçada por atos violentos como os que assistimos no dia de hoje”, afirmou o governador.

 

Richa afirma ainda que os projetos foram retirados por dois motivos: para ser revisto, e “para preservar a segurança e a integridade física de deputados e servidores públicos”. O governador reitera ainda que não aceitará a “intimidação, o constrangimento e as ameaças que foram dirigidas a servidores públicos e deputados estaduais”.

 

Camburão

 

Com o entorno da Assembleia tomado pelos servidores, os deputados da base de apoio ao governo estadual foram abrigados por um camburão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. Assim, eles puderam furar o bloqueio imposto pelos manifestantes e entrar na Casa.

 

A entrada foi tumultuada, com manifestantes deitando em frente ao camburão e sendo retiradas por policiais. O secretário estadual de Segurança, Fernando Francischini, que participava da ação de escolta dos parlamentares se envolveu na confusão e trocou empurrões com manifestantes.

 

Com o Plenário ainda tomado por servidores, a sessão que tentava aprovar a Comissão Geral teve de ser iniciada no restaurante da Alep. O encontro teve duração de menos de uma hora, quando foi interrompida com o requerimento apresentado pela Casa Civil do Governo do Paraná.

 

A Polícia Militar (PM) estima que 8.000 manifestantes estavam na assembleia na tarde de hoje. A assessoria ainda não confirma se houve detidos durante a confusão. Seis manifestantes e cinco policiais ficaram levemente feridos e foram atendidos pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate). Além disso, um homem de 61 anos, que estava em frente à Alep, foi levado pelo Siate a um hospital com uma crise de hipertensão. A PM não soube dizer se ele participava dos protestos.

 

Retirada

 

Com a decisão do governo de retirar o "pacotaço" da pauta, o sindicato dos professores da rede estadual decidiu descupar a Assembleia, cujo Plenário estava tomado desde terça-feira. Às 18h50, já não havia manifestantes dentro da Casa. Contudo, os trabalhadores seguem em greve, que já dura quatro dias. (Com G1)

 

 

 

Veja também:

  • Richa anuncia antecipação do 13° salário dos servidores estaduais

    O governador Beto Richa anunciou nesta terça dia 31, o pagamento antecipado do décimo terceiro salário do funcionalismo estadual.

     

    O valor será depositado na conta de aproximadamente 270 mil servidores ativos e aposentados no próximo dia 8 de dezembro.

  • Professores estaduais fazem manifestação no Centro de Curitiba

    Professores da rede estadual fazem hoje mais um ato do Dia de Luta e de Luto, para lembrar os confrontos do dia 30 de agosto de 1988.

     

    O ato está marcado para acontecer nas principais cidades do Estado. Em Curitiba, a categoria se reuniu na  Praça Santos Andrade e a partir das 10 horas iniciaram caminhada até a frente do Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora de Salete.

  • 'Já atingiram meu olho, mas não vão me calar', diz professora agredida

    O sangue que escorria de uma abertura do supercílio manchava o rosto de Marcia Friggi, de 51 anos.

     

    Do olho esquerdo brotavam lágrimas já que o direito, atingido por um soco, estava tão inchado que a professora de língua portuguesa e literatura de Indaial, em Santa Catarina, mal conseguia abri-lo.

Entre para postar comentários