Segunda, 01 Setembro 2014 10:24

A dengue vem mais forte de dois em dois anos no Paraná

Sazonalidade da doença e mudança de administrações fazem números dispararem.

 

De dois em dois anos, um velho conhecido ameaça a saúde dos paranaenses de forma mais intensa, especialmente aqueles que moram no interior do Estado e em regiões mais quentes.

 

É que a dengue, que entre agosto do ano passado e julho deste ano afetou quase 19 mil pessoas em todo o Paraná, possui uma curva epidemiológica que ora ascende e ora descede. Para agravar ainda mais o problema, a curva ascendente da doença casa com os anos eleitorais, quando as atenções se focam mais na guerra por votos e há a troca no comando dos governos municipais, estaduais e federal.

 

Os números comprovam a teoria. Entre agosto de 2010 e julho de 2011, período em que houve eleições e a transição para presidente e governador, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou 29.207 casos de dengue no Paraná. No ano epidemiológico seguinte, o número de casos confirmados despencou para 2.678.

 

Em 2012, quando as eleições foram para prefeito, nova alta: 54.716 casos confirmados entre agosto de 2012 e julho de 2013. Agora, entre agosto de 2013 e julho de 2014, foram 18.824 casos confirmados. Seguindo a tendência, o próximo ano epidemiológico — que começou em agosto deste ano e se estende até julho de 2015 — deve registrar uma alta significativa na incidência da doença.

 

“A cada dois anos temos uma epidemia de dengue. A doença apresenta uma curva ascendente e descendente, que é a curva epidemiológica da doença. Coincidentemente a curva epidemiológica da incidência da doença casa com os períodos eleitorais ou dos governos federais e estaduais ou municipais, mas aí não é pelo fato da eleição, mas pela curva”, explica Antonio Carlos Nardi, Secretario de Saúde de Maringá e presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

 

Apesar da afirmação de Nardi, a própria Secretaria de Saúde do Estado admite que, em 2012, as eleições municipais afetaram — e muito — a situação da dengue no Paraná. “Com as eleições municipais, muitos municípios desestruturaram a retaguarda de combate à dengue. Com isso, os novos prefeitos iniciaram suas gestões já em condições pré-epidêmicas, o que fez com que as ocorrências nessa época fossem maximizadas”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde, Sezifredo Paz.

 

O Superintendente, contudo, garante que a lição foi aprendida e que para o novo ano epidemiológico, que começou agora em agosto, a tendência é que menos casos sejam registrados no Paraná. “A expectativa é que tenhamos menos casos neste ano do que no ano passado. É apenas uma previsão, pode acabar não se confirmando, mas os serviços estão mais estruturados, constatamos isso”, afirmou. “Até agora, os números que temos são de casos endêmicos, poucos casos”, finalizou.

 

 

 

 

Com informações, Bem Paraná.

 

 

 

Veja também:

Entre para postar comentários