Domingo, 09 Fevereiro 2014 16:08

Paranaenses preferem os nomes clássicos para os filhos

 

Apesar do y, João e Maria predominam. Grafia e oralidade mais simples reforçam a necessidade de facilitar a vida dos filhos

 

Nada de nomes com y, com w ou dois eles. Os paranaenses mostraram, em 2013, preferência por nomes clássicos – de fácil grafia e oralidade.

Entre os meninos, João, Davi e Pedro reinaram absolutos. No ano passado, um em cada sete meninos nascidos em terras paranaenses foi batizado com um desses nomes. Já entre as meninas, Maria e Ana foram os nomes prediletos para mais de dez mil pais no estado.

 

 

De acordo com Arion Toledo Cavalheiro Júnior, presidente do Instituto de Registro Civil de Pessoas Naturais do Paraná (Irpen-PR), o quadro dos nomes prediletos revela um retorno do gosto pelo simples e também uma tentativa de facilitar a vida dos filhos. “Anos atrás, houve um movimento de pessoas registrando seus filhos com y, k e w. Essas pessoas hoje estão tendo seus filhos e viram como é difícil se identificar soletrando”, explica Arion, para quem o nome deste repórter serve como exemplo.

 

“Você, por exemplo, não é o Rafael. Será sempre o Raphael com ph”, diverte-se Arion. Com razão. Em tempos de contato textual cada vez mais frequente, via e-mail e rede social – por exemplo, ter de explicar soletrar o nome para receber uma mensagem é uma das tarefas mais comuns para quem foi registrado com uma grafia, digamos, “diferenciada”.

 

 

Soletrando

 

Essa arte de soletrar, inclusive, fez com que o chefe de cozinha Jahyr Neto desistisse dessa grafia de batismo. Para facilitar sua vida, abandonou o h e o y. “Não que eu não goste do meu nome, mas às vezes fica chato corrigir sempre que você precisa se identificar”, diz Jahyr, cujo bisavô manteve mistério sobre o motivo por trás da escolha da grafia.

 

Na tentativa de evitar que o filho tenha de explicar o nome, Mariana, 27 anos, e Maurício Romanoswski, 30 anos, registraram o filho como Vicente. “Queríamos um nome fácil de escrever porque não adianta apenas ser bonito”, diz a obstetra e ginecologista.

 

Para Mariana, entretanto, há um aspecto social e econômico por trás da escolha dos nomes. Ela tem um consultório na região do Batel e faz plantão, atendendo a pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Maternidade Víctor Ferreira do Amaral. “No plantão, vejo muitos pais registrando seus filhos como Ketleyn, Ryana e agora com algum nome composto com Lucca, em homenagem ao filho do Neymar – o Davi Lucca. Já no consultório, temos muitas mães que optam por nomes ‘vintages’”.

 

Clássico ou moderno, Arion Júnior deixa apenas uma recomendação para o momento da escolha do nome do pimpolho: “facilite a vida do seu filho. Ele vai adorar.”

 

 

 

 

 

Com informações da Gazeta do Povo

 

 

 

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