Segunda, 24 Julho 2017 10:53

Casa da Moeda inicia megaoperação para zerar fila de passaportes no país

A Casa da Moeda faz, a partir desta segunda dia 24, uma megaoperação por tempo indeterminado para zerar a fila de 175 mil passaportes que deixaram de ser emitidos pela Polícia Federal no país.

 

A Casa da Moeda é uma empresa estatal responsável por imprimir o documento no país.

 

De acordo com o órgão, seus servidores irão "trabalhar 24 horas por dia nos sete dias da semana a partir desta segunda." Todos os custos extras da operação serão arcados pela própria instituição.

 

A Casa da Moeda estima que o esforço vai pôr fim à fila de espera nas próximas cinco semanas. As entregas seguirão ordem cronológica: o solicitante que pediu primeiro, receberá o passaporte primeiro.

 

O serviço foi paralisado há quase um mês em todo o país após a Polícia Federal afirmar que não havia orçamento para continuar o trabalho. Na tarde desta última sexta dia 21, o órgão recebeu do Ministério da Justiça verba extra de cerca de R$ 102 milhões para regularizar a emissão.

 

Apesar da interrupção, os postos da PF continuaram recebendo solicitações e fazendo entrevistas nesse período.

 

A Casa da Moeda tem condições de imprimir em um dia normal cerca de 15 mil passaportes. Até a paralisação, a demanda diária era de aproximadamente 11 mil.

 

ENTENDA O PROBLEMA

 

De forma geral, não falta dinheiro à PF, mas o órgão não tem permissão para realocar outras verbas para a emissão de passaportes. Como o orçamento reservado a esse serviço chegou ao limite no mês passado, o órgão não conseguiu continuar pagando a Casa da Moeda.

 

Para reverter a situação, o governo precisou alterar o Orçamento, garantindo mais dinheiro à impressão do documento. Enviou um projeto ao Legislativo pedindo verba extra de R$ 102 milhões à atividade, que foi aprovado pelo Congresso em 13 de julho.

 

O presidente Michel Temer, no entanto, só o sancionou nesta última quarta (19), após a demora do envio do texto ao Planalto pelo Senado. Os recursos então foram repassados ao Ministério da Justiça, que os destinou à PF nesta sexta.

 

A taxa de R$ 257,25 que o cidadão paga ao pedir um passaporte não vai diretamente para a polícia, mas para um fundo chamado Funapol. Esses recursos compõem as receitas que vão para o caixa único do Tesouro e estão sujeitos a cortes de gastos do governo, portanto a PF não tem autonomia para decidir quanto vai usar.

 

No ano passado, por exemplo, a União arrecadou R$ 578 milhões com a emissão de passaportes, mas só R$ 212 milhões foram empregados na confecção do documento. (Com FolhaPress)

 

 

 

Veja também:

  • Casa da Moeda diz que produção de passaportes será normalizada em cinco semanas

    A Casa da Moeda do Brasil (CMB), que produz os passaportes, informou hoje dia 21, que a normalização da emissão dos documentos, suspensa pela Polícia Federal (PF) desde o fim de junho, deve demorar até cinco semanas e ainda pode ser impactado pelo volume de novas solicitações.

     

    Durante o período de suspensão, 175 mil pedidos de passaportes ficaram represados, segundo a PF, e agora serão processados por ordem cronológica.

  • Governo arrecada mais do que gasta com emissão de passaportes

    O governo arrecadou no ano passado R$ 578 milhões com a emissão de passaportes. Boa parte desses recursos, porém, não foi empregada no serviço prestado pela Polícia Federal. Neste ano, a PF recebeu R$ 145 milhões para a emissão de passaportes -cerca de um quarto do arrecadado em 2016.

     

    O pedido feito pelo órgão era maior: R$ 248 milhões. Com recursos insuficientes, na última quarta dia 28, a polícia interrompeu a emissão de documentos. Não há data para regularizar a situação. Para tirar o passaporte, o cidadão paga uma taxa de R$ 257,25.

  • Funcionário roubava ouro da Casa da Moeda escondendo metal no ânus

    Leston Lawrence, de 35 anos, aproveitou seu emprego na Casa da Moeda canadense e desviou 180 mil dólares canadenses (cerca de R$ 437 mil) em ouro.

     

    Ele escondia o metal precioso dentro de seu ânus para enganar a segurança.

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