Em despacho desta terça, Moro argumentou que a instrução do caso "já se encerrou faz tempo, as alegações finais foram apresentadas e o processo está concluso para sentença".
O juiz classificou de "descabido" o pedido de advogados de Lula para incluir nove depoimentos de testemunhas de defesa do petista em outra ação. "Descabe o pretendido nessa fase e os depoimentos referidos sequer são relevantes para o julgamento", afirmou.
Os executivos Jorge Gerdau Johannpeter, Bruno Boetger, Pérsio Dangot, Glenn Mallett, João Paulo Torres, Patrícia Moraes, Graciema Bertoletti, Antonio Romualdo Galliez Pinto da Silva e Fábio Gabai Puga prestaram depoimentos na última semana no processo em que o ex-presidente é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht, por meio da compra de um terreno que serviria de sede para o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo, vizinho à residência de Lula.
Os advogados de Lula divulgaram na noite desta terça uma nota para contestar a decisão de Moro. Segundo a defesa, é permitido a análise de provas em qualquer fase da ação penal.
"O fato de o processo estar aguardando sentença não pode servir de fundamento válido para a negativa apresentada pelo Juízo. Tampouco poderia ele recusar os novos depoimentos sob a alegação de que 'sequer são relevantes para o julgamento da presente', uma vez mais emitindo prejulgamento da causa", diz trecho do texto.
Sentença de Moro
A sentença de uma das cinco ações penais em que Lula é réu pode sair a qualquer momento. Desde o dia 21 de junho, Moro está com os autos do processo para decidir se o ex-presidente é culpado ou inocente. Nesse processo, Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o pagamento foi feito por meio da reforma de um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo, e do armazenamento, entre 2011 e 2016, de presentes recebidos por Lula, da época que ele era presidente (2003-2010).
Moro costuma apresentar suas sentenças dias após a entrega das alegações finais. Em média, na Lava Jato, as sentenças de Moro são dadas 42 dias após as alegações. Na terça dia 11 se completam 22 dias desde que o petista apresentou as alegações finais de sua defesa. (Com UOL)