Porém o atestado de óbito emitido pelo Instituto de Medicina Legal (IML) aponta que a professora teve uma hemorragia provocada pela perfuração de um dos órgãos.
A diferença de informação fez a família começar a investigar o caso. A irmã da paciente, Alba Valéria Nascimento Melo, afirmou que Edite era de Itaquitinga, na Zona da Mata de Pernambuco, e veio para a capital pernambucana fazer o procedimento cirúrgico no dia 8 de fevereiro. Ela pretendia fazer uma redução de mama, mas seguiu a recomendação do cirurgião plástico e comprou um pacote com outros procedimentos por R$10.500 mil, um valor bem abaixo do usual.
Os familiares estão colhendo provas para fazer uma denuncia formal ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). De acordo com o presidente da regional Pernambuco da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Jairo Zacchê, na lipoaspiração a cânula deve ultrapassar apenas a pele para chegar a camada de gordura. No caso de uma cirurgia no abdômen para chegar aos órgãos é preciso ultrapassar mais seis camadas.
“A informação do atestado de óbito já é um dado muito importante para nós. O que a gente precisa saber é em que situações isso aconteceu, qual as condições em que a cirurgia foi feita, qual a conduta que foi tomada. O colega era cirurgião plástico membro especialista da sociedade brasileira de cirurgia plástica e tem todos os pré-requisitos para poder operar”, afirmou Zacchê.
Mais uma morte
Há quase um ano, outra paciente do médico João Ricardo Dias morreu na mesa de cirurgia. O profissional responde a processo por esse caso, mas ainda não foi julgado. A equipe da TV Jornal tentou entrar em contato com ele, mas até a tarde desta quinta dia 16, não teve nenhum retorno. Sobre esta morte, como ainda não houve o encerramento do processo, o Cremepe não quis se pronunciar. (Com TV JORNAL NE)