Sábado, 30 Julho 2016 18:23

Juiz Sérgio Moro, irá ao Congresso no dia da votação do impeachment de Dilma Roussef

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, participará de uma audiência pública na comissão especial de combate à corrupção da Câmara em 4 de agosto.

 

A data é o dia em que a comissão especial do impeachment no Senado votará a saída definitiva da presidente afastada, Dilma Rousseff.

 

Já o coordenador dos procuradores que atuam na força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, deverá comparecer à comissão especial da Câmara em 9 de agosto, mesmo dia em que está marcada a votação prévia do impeachment no plenário do Senado.

 

De acordo com o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-PR), relator na comissão de combate à corrupção, a coincidência de datas não é proposital. "Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Não tem nada a ver", disse.

 

Moro é acusado por petistas de ter inflado os ânimos políticos a favor do processo de impeachment na condução das investigações sobre desvios de recursos públicos para pagamentos de propinas envolvendo a Petrobras.

 

Um dos principais fatos que o levaram a ser criticado foi quando ele incluiu em um inquérito que veio a público uma conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual ela disse que encaminharia a ele o 'termo de posse' de ministro da Casa Civil. A presidente então disse que o termo só deveria ser usado em "caso de necessidade".

 

Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula, mas logo em seguida verificou-se que o grampo foi feito horas antes de os procuradores da Lava Jato, em Curitiba, pedirem o fim do sigilo sobre a investigação do petista.

 

 

DEZ MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO

 

Lorenzoni e o presidente da comissão de combate à corrupção, deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) se reuniram com Moro nesta segunda (25) em Curitiba para tratar do projeto das dez medidas de combate à corrupção propostas pelo Ministério Público e que teve mais de 2 milhões de assinaturas de cidadãos que o apoiam. Os deputados conversaram também com todos os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato.

 

"Foi uma reunião preliminar em que fomos levar nossos bons propósitos. Eles são jovens procuradores que querem melhorar o Brasil. O que dialogamos com eles é que o ótimo é inimigo do bom mas queremos manter intactos aqui os dez conceitos. O encontro foi muito bom porque reparamos alguns receios de lado a lado", disse Lorenzoni.

 

De acordo com o relator, as propostas serão discutidas na comissão especial ao longo do segundo semestre, com a realização de audiências e reuniões mesmo durante o período de campanha eleitoral municipal. A ideia é votar o relatório final no colegiado até o início de novembro e analisar as medidas no plenário da Casa até 9 de dezembro, dia mundial de combate à corrupção.

 

Lorenzoni explicou que as dez medidas mexem em 29 leis e que por isso a discussão em torno das matérias terá que ser feita sempre com acordos dentro da Casa.

 

"Vamos mexer e desacomodar muita gente mas é uma resposta importante que a Câmara tem que dar para o país", disse. De acordo com ele, os procuradores estão dispostos a dialogar com o Congresso. "Disse a eles que temos que trabalhar cooperativamente e eles gostaram. A ideia é construir tudo por consenso", completou.

 

Além de Moro e Dallagnol, a comissão deverá ouvir também representantes de 30 instituições ligadas a diversos setores, como do Judiciário, da sociedade civil e da Polícia. (Com Folhapress)

 

 

 

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    "Nós não estamos falando de altura de minissaia, estamos falando de crimes de corrupção. Estamos falando de fenômenos jurídicos muito claros. Não queremos pautar condutas éticas das pessoas", disse o magistrado, no evento "O legado da Mãos Limpas e o futuro da Lava Jato", promovida pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

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    Ao condenar o ex-presidente a 9 anos e 6 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, Moro também mandou confiscar R$ 16 milhões supostamente oriundos de uma conta de propinas que a OAS teria com Lula e seu partido.

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