As manchas no mar são os primeiros possíveis sinais para localizar a aeronave, que desapareceu na noite desta sexta-feira com 239 pessoas a bordo.
"Dois de nossos aviões detectaram rastros de combustível com 15 a 20 quilômetros, em paralelo, a 500 metros um do outro", declarou o general Vo Van Tuan em entrevista à televisão estatal. "Não temos certeza de onde vêm esses traços de combustível, mas enviamos navios vietnamitas para a área", acrescentou.
O voo MH370, com 227 passageiros e 12 tripulantes de treze nacionalidades, perdeu contato com o controle de tráfego aéreo perto da província de Ca Mau, no extremo sul do Vietnã, a caminho de Pequim. A aeronave deveria ter contactado a torre de controle da cidade de Ho Chi Minh, mas não o fez.
Segundo a companhia aérea, o avião não alertou qualquer problema durante o trajeto. Não houve relatos de mau tempo e nenhuma indicação sobre por que o Boeing desapareceu das telas de radares cerca de uma depois de ter decolado de Kuala Lumpur.
Em seguida, o ministério da Defesa vietnamita lançou uma missão de socorro em parceria com a Malásia e a China.
Pequim enviou navios de patrulha para que rastreassem a área, enquanto a Malásia mobilizou um avião, dois helicópteros e quatro navios para realizar as buscas em uma área do Mar da China Meridional. As Filipinas enviaram três navios da Marinha e aviões de vigilância, e Singapura destacou uma aeronave em missão de busca.
Local do acidente
O voo – O Boeing 777-200 deixou Kuala Lumpur logo após a meia-noite de sexta-feira, com previsão de chegada a seu destino às 6h30 de sábado no horário local (19h30 de sexta, em Brasília). O voo passaria ao controle de tráfego aéreo de Ho Chi Minh às 17h22 GMT (14h22 de Brasília), mas não apareceu.
"Nossos pensamentos e orações estão com os passageiros envolvidos, a tripulação e os membros de suas famílias", declarou o diretor da companhia Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari. "Nossa prioridade agora é trabalhar com as equipes de resgate e as autoridades."
Segundo a Malaysian Airlines, o Boeing transportava 153 chineses, 38 malaios, 7 indonésios, 6 australianos, quatro americanos, quatro franceses, dois canadenses, dois ucranianos, dois neozelandeses, um austríaco, um russo, um holandês e um taiuanês. Havia duas crianças a bordo.
"Estamos muito preocupados com estas informações", declarou o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em um comunicado. "Esperamos que todos eles estejam salvos. Estamos fazendo tudo o que pudermos para obter mais detalhes."
O ministro francês dos Transportes, Frédéric Cuvillier, ofereceu neste sábado às autoridades vietnamitas e malaias ajuda da França nas buscas do avião desaparecido. "O Gabinete de Investigação de Acidentes está à disposição para fornecer ajuda."
Desespero – No Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, os familiares dos passageiros esperam ansiosamente notícias. Hamid Ramlan, um policial da capital da Malásia, disse que no voo viajavam sua filha de 34 anos e seu genro de 24, para passariam as férias em Pequim. "Minha esposa não para de chorar. Todo mundo está triste. Minha casa tornou-se um lugar de luto", disse. "É a vontade de Deus, temos de aceitá-la."
Em Pequim, os familiares dos passageiros também esperavam por notícias. "Eles são inúteis. Não sei por que você não dão nenhuma informação", disse um jovem indignado, referindo-se à companhia aérea.
Companhia aérea – A Malaysia Airlines (MAS) é considerada uma das companhias mais seguras da região, com registro de poucos acidentes. O mais grave foi em 1977, quando um avião caiu no sul da Malásia, matando os 93 passageiros e os sete membros da tripulação.
Um novo acidente seria uma péssima notícia para a empresa, que vem perdendo dinheiro ante a concorrência de companhias de baixo custo como a AirAsia. Em 2012, a Malasya admitiu estar "em crise" financeira e registrou seu quarto trimestre consecutivo de perdas no final do ano passado. (Com informações Veja)