Quinta, 26 Junho 2014 13:41

Aneel suspende reajuste de contas de luz no Paraná

Governo do Estado fez o pedido de suspensão alegando que o aumento, que seria de 35,05%, provocaria "significativos impactos socioeconômicos".

 

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) suspendeu o reajuste de tarifas da distribuidora de energia Copel, a pedido da própria empresa, segundo despacho publicado no "Diário Oficial da União" desta quinta dia 26.

 

A empresa resolveu suspender o reajuste aprovado pela Aneel na terça dia 24, a pedido de seu controlador, o governo do Paraná.

 

A agência havia aprovado um reajuste médio de 35,05% na tarifa de energia da companhia.

 

Mas, logo após o anúncio, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pré-candidato à reeleição em outubro, disse em sua conta no Twitter que pediria a suspensão do reajuste, "para buscar uma solução junto com a Copel".

 

O governo do Estado fez o pedido de suspensão alegando "significativos impactos socioeconômicos".

 

No dia em que o reajuste foi anunciado, movimentos sociais fizeram uma manifestação em frente à Copel, com cerca de 200 pessoas, rotulando o governo de "roubo" e de "tarifaço".

 

A suspensão do aumento, porém, pode prejudicar financeiramente a Copel, que enfrenta aperto no caixa e considera inclusive adiar investimentos caso a tarifa não seja reajustada.

 

Nos cálculos da Copel, a empresa precisaria de um aumento de 32,45% na tarifa para atingir o equilíbrio econômico-financeiro. O principal motivador desses custos, segundo a empresa, foi a compra de energia em leilões.

 

A Copel tinha contratos fechados para obter energia mais barata, mas eles não foram honrados. A usina de Jirau, por exemplo, era uma das contratadas, mas não ficou pronta a tempo.

 

Além disso, o custo da energia subiu, após a forte seca prejudicar os reservatórios das hidrelétricas pelo país.

 

"A culpa [da tarifa] não é nossa. A culpa é desses desacertos pelos quais o setor elétrico está passando", disse o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer.

 

Em 2013, no auge das manifestações de junho, Richa também suspendeu o reajuste de 14% autorizado pela Aneel. A Copel acabou aplicando um aumento de apenas 9%.

 

Essa frustração de receitas pode afetar o cronograma de investimentos da empresa, como admite Zimmer.

 

"Se temos um plano de expansão de redes de distribuição, quem sabe possamos protelar isso por três meses, seis meses, fazer um ajuste no cronograma."

 

Em 2013, a Copel Distribuidora fechou o ano com R$ 160 milhões de prejuízo. No primeiro trimestre deste ano, ficou quase no zero a zero.

 

 

 

 

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