Sexta, 20 Fevereiro 2015 09:24

Pinhão - Filha reencontra mãe após 32 anos

Até a última semana, Sirlei ZVvierzkovski, de 34 anos, que mora no Pinhão há seis anos, não tinha lembrança da sua mãe, Maria Irone, de 51 anos.

 

Com apenas dois anos de idade foi morar com os avós paternos.

 

Moravam em Pinhal Ralo, próximo à cidade de Rio Bonito de Iguaçu, e como não deu certo o casamento, sua mãe se separou e mudou de cidade. "Tinha eu e minha irmã era bebê. Naquele momento ela não tinha condições de ficar com nós duas, então fiquei com meus avós, Angelo e Paulina, que me queriam muito".

 

Logo, Sirlei foi morar em Guarapuava e sua mãe mudou-se para a cidade de Mamborê, no norte do Paraná. E, com o passar do tempo, foram perdendo o contato. "Fui registrada no nome dos meus avós. Na época, muitos demoravam para registrar, não é como hoje, que saído hospital e já segue até o Cartório. Por muito tempo achava que eles eram realmente meus pais".

 

Ela conta que não tinha nenhuma lembrança da mãe. "Eu era muito pequena quando nos separamos. Vi uma foto dela quando tinha uns 13 anos. As pessoas me contavam que ela queria me encontrar e me pedir desculpas, explicar porque ter me deixado".

 

Sirlei veio morar aqui na cidade depois de casar com um pinhãoense. "Conheci ele em Guarapuava, quando estava trabalhando lá. Já estamos aqui há seis anos".

 

Como sempre contou com o carinho e atenção da mulher que lhe criou, nunca sentiu a necessidade de ir atrás da mãe biológica. Mas, depois de perde-la há um ano, a vontade foi aumentando. "A curiosidade aumentou depois que minha mãe Paulina morreu. Ano passado conversei com uma pessoa em Guarapuava e soube que há anos ela me procurava. Com ela, também peguei o endereço. Fui só agora atrás porque tinha medo. Ficava pensando no que iria dizer quando a visse. No que iria sentir. Quando a data foi chegando fui ficando mais nervosa".

 

Sirlei tem três filhos, dois do primeiro casamento (17 e 10 anos), e o mais novo, de três anos, que seguiu com ela até Mamborê dia 5 de fevereiro. Pegou o ônibus até Campo Mourão, lá seu marido os esperava. "De lá fomos de carro. Não foi difícil achar o endereço. Perguntei para algumas pessoas e logo achei uma senhora que a conhecida e me levou até a casa da minha mãe. Contei toda a minha história para ela".

 

Conta que a mulher bateu palma na frente da residência e logo saiu um senhor, que era o marido da sua mãe. "Quando apareceu, a senhora falou que tinha uma pessoa que queria falar com ela. Me olhou e perguntou: ‘eu te conheço?', fiquei rindo, sem graça, pensei que ela fosse me conhecer. Daí a mulher perguntou: ‘tem alguém que há tempo você queria encontrar?'. E ela, respondeu: ‘sim, minha filha!'. Olhou para mim e perguntou: ‘é você?'. Eu falei: ‘sou eu mesma'. Veio e me abraçou emocionada", recorda.

 

Maria Irone, achava que Sirlei não queria conhece-la porque os pais de criação tinham falado mal dela. "Isso nunca aconteceu. Sempre falaram bem dela".

 

A alegria foi grande. Além de reencontrar a filha, depois de 32 anos conheceu o neto, o pequeno Gustavo. "Ficou encantada com ele. E ele gostou da avó, mas ficou grudado no tio, meu irmão Marcos de 21 anos. Saia correndo atrás dele e dizia: ‘taca lhe pau marcoveio!!'. Fazia todas as vontades do meu pequeno, até banho deu". Sirlei reencontrou a irmã de 32 anos, que, apesar de ser mais nova, já é avó. Ficou sabendo que têm mais uma irmã por parte de mãe, de 29 anos.

 

Foram dois dias de visita. Passearam bastante. "Me levou para conhecer a cidade. Fomos no parque, na casa da minha irmã e até na casa de alguns parentes em Campo Mourão. Conheci meus avós paternos e minhas tias. Adorei conhecer a família. Unidos, pessoas humildes. Daqueles que os filhos pedem a bênção para ir dormir. Meu irmão, mesmo com 21 anos, tem horário para voltar quando sai à noite".

 

Sirlei achou interessante a coincidência da profissão. A mãe também é diarista. Agora o tempo vai ajuda-las a criar aquele vínculo de mãe e filha. "Disse que tínhamos que recuperar o tempo perdido.Trocamos telefone. No dia que cheguei liguei para ela avisando que tínhamos feito uma boa viagem. Nas férias vou levar os outros dois filhos para conhece-la".

 

Resumindo, diz estar feliz. "Valeu a pena ir atrás. É bom saber que tem alguém para contar, conhecer nossas raízes. Estou feliz. Agora meu marido tem mais uma sogra", brinca. (Com Jornal Fatos do Iguaçu)

 

 

 

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