Terça, 30 Setembro 2014 14:12

Pinhão - Atletas que se destacam no cenário nacional integram a Seleção do Município

Atletas medalhistas, que se destacam no cenário nacional, integram a Seleção de Judô de Pinhão. A equipe conta com 16 graduados, preparados para competição.

 

Torneios, Paranaense, Jogos da Juventude, colegiais e seletiva para o paranaense são alguns dos objetivos desses pinhãoense. Mas alguns se destacam e vão além: brasileiro e sul-brasileiro.

 

De acordo com José de Assis, o sensei Zezinho, fazia 2 anos e 8 meses que Pinhão não participava de torneios na região. Em agosto, uma equipe de 37 atletas seguiu até Prudentópolis. O resultado foi 18 medalhas de ouro e sete de prata. No tatame, enfrentaram competidores de Ponta Grossa, Guarapuava e Curitiba. "A menor cidade que estava lá era o Pinhão. A participação de nossos atletas foi excelente".

 

Esse e outros resultados deve-se à carga horária de treinos. Os atletas têm uma preparação de três horas diárias: "se trabalhar bastante, o resultado é bom; se quer ficar forte, o treino é forte", assegura o sensei.

 

Essa equipe das 18 horas segue para campeonatos oficiais porque são todos credenciados, possuem a carteirinha da Federação Brasileira de Judô. E no próximo mês, em outubro, a equipe pinhãoense segue para competir em São Paulo. "Vou levar oito atletas para a cidade de Registro".

 

Também em outubro, seguem para o Juventude e na Copa Paraná. De acordo com o professor Zezinho, só a elite paranaense estará lá, além dos convidados de Santa Cantarina e de São Paulo. "Eu sempre digo, se tem um grande evento, tem que ter pinhãoense participando. Eles merecem todos os parabéns. A dedicação é grande. Treinam três horas e meia, sem nutricionista para orientar e sem condições financeiras. E chegam na competição e garantem seu lugar. A minha faixa verde, Jaqueline Cruz, ganhou de uma faixa preta".

 

TITULOS 

 

O judô é o único esporte pinhãoense que conseguiu chegar a um nível de paranaense, brasileiro e olimpíadas. A exemplo do faixa marrom Ireno Santos, que já garantiu lugar em duas olimpíadas. Quem também se destacou foi a judoca Jaqueline Soares, que seguiu para uma olimpíada e para o brasileiro.

 

Perseverança e vontade de vencer faz parte da vida desses apaixonados pelo judô, como Loriel Ribeiro, que é uma das inspirações para os colegas de tatame. Para poder treinar, vinha da localidade do Ribeiro a cavalo até uma altura, outro trecho fazia de bicicleta e, ainda pegava uma carona para chegar até o local de treinamento. "Uma história maravilhosa que acabou com um pinhãoense seguindo de avião para o Rio de Janeiro", frisa.

 

IRENO SANTOS

 

Outra história de superação é de Ireno Mathias de Lima dos Santos (foto), 18 anos. Filho de pai alcoólatra que abandonou a família. Ele ingressou no esporte aos 10 anos e, com o passar dos anos, garantiu seu passaporte ao lado dos melhores do Brasil. "Guerreiro e conhecidíssimo lá fora. Chamam ele de Pinhão. Todo mundo quer abraça-lo", garante seu sensei.

 

O faixa marrom conta que entrou no judô porque na época tinha problemas com disciplina e uma colega da sua mãe indicou o esporte. "Eu era meio revoltado, e como sempre gostei de artes marciais, eu e meu irmão entramos", lembra.

 

O atleta explica que desde o início treinava forte e com 12 anos passou a integrar a equipe dos adultos, o que contou a seu favor, porque queria se igualar a eles. Como foi sempre muito competitivo, já no primeiro campeonato oficial a nível paranaense que participou trouxe medalha. "Lembro que tinha 24 pessoas na chave".

 

A partir de então, conquistas e mais conquistas. Em 2010 seguiu para o Brasileiro em Goiás, no mesmo ano para Fortaleza, para as Olimpíadas Escolares. Participou de três sul-brasileiros em Balneário Camboriú, um deles foi campeão e nos outros assegurou o bronze. Sempre contou com o inventivo dos colegas e do seu técnico, e com 14 anos, era campeão sul-brasileiro. "Primeira vez que viajei de avião, nunca imaginava que poderia ter uma experiência como aquela. O esporte abriu muitas portas e oportunidades. Não conhecia a praia. Fiz muitos amigos integrando a equipe paranaense, convivendo com pessoas de todos os cantos. Só o judô pode me trazer tudo isso, além da saúde e da disciplina. É um compromisso que traz bônus. Uma experiência de vida", observa o jovem de 18 anos.

 

Hoje, o atleta concilia seu trabalho de vendedor e os treinos. Estava cursando a faculdade de Inglês até abril deste ano, mas como seu sonho é fazer Educação Física e não estava conseguindo treinar, desistiu. "Antes treinava quatro horas todo dia, até no sábado. Hoje consigo apenas três vezes por semana, no sábado cuido da parte física". Os planos são conseguir uma bolsa atleta para poder se dedicar ao esporte. "Para estar entre os melhores a dedicação é total. Dormir bem, alimentação correta, treinos fortes. Uma vida muito regrada. Um estilo de vida para poder chegar e ganhar", explica.

 

O próximo campeonato que irá participar será em outubro, nos Jogos da Juventude. Será sua aposentadoria no juvenil. Logo, quer passar para a faixa preta para encarar de igual para igual seus adversários na categoria junior, de 18 a 21 anos. "Muita gente forte e experiente, a maioria faixa preta. Para me igualar tenho que viver 100% do judô".

 

JAQUELINE CRUZ

 

Outra atleta pinhãoense que se destaca é Jaqueline Beatriz da Cruz, de 15 anos. A faixa verde, que já deixou faixa preta na lona, mora no Bairro São José e estuda no Colégio Morski, sua mãe é dona de casa e seu pai auxiliar de produção.

 

Ingressou no judô com 9 anos, mas no início a bronquite não a deixava seguir rigidamente com os treinos. "Ficava internada. Mas com o esporte fui melhorando, fortaleceu meu pulmão, e nunca mais parei", conta a atleta.

 

No seu primeiro campeonato oficial, em 2012, garantiu medalha. Ouro no Paranaense e nos Jogos Escolares, seletivas, Olimpíadas em Minas Gerais, entre outros. "Representei o Paraná em Rondônia. Foi a primeira vez que entrei em um avião. No Paranaense, em abril deste ano, fui a vice-campeã. Há um mês, nos Jogos Escolares, fui prata. O que me atrapalhou foi a mudança de categoria, estar sem técnico e estar doente uma semana antes. Foram quatro lutas e me machuquei na segunda. Trinquei o dedo e rasguei o músculo do tendão do pé, mas, mesmo assim, lutei machucada e ganhei a semi-final, perdi na final para Curitiba", lembra.

 

Jaqueline mostra que a vida de um atleta profissional é de superação. A faixa verde pinhãoense já derrotou duas faixas pretas. Uma delas conseguiu encaixar uma chave de braço. "Em todos os campeonatos sempre encaro faixa roxa, marrom e preta".

 

Hoje, a nossa atleta coleciona 19 medalhas. Ela e Edwarda Dias, do voleibol, são as únicas pinhãoenses que conquistaram uma bolsa do programa Talento Olímpico do Paraná. "São para atletas com potencial para as Olimpíadas de 2016. Recebo 150 reais por mês durante um ano. Caso consiga mais títulos o valor pode aumentar", completa. (Com Jornal Fatos)

 

 

 

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