De acordo com o delegado do Gaeco Thiago Nóbrega de Almeida, responsável pelas investigações, Silva vinha articulando contratos ilegais com empresas de Cascavel, Toledo e Corbélia desde 2013, período no qual calcula-se que tenham sido desviados dos cofres públicos de Corbélia o equivalente a R$ 250 mil. Os contratos foram firmados com fornecedores de medicamentos e de refeições para o posto central da cidade e com prestadores de serviços.
“Documentos a que tivemos acesso e movimentações bancárias, que incluem a conta de uma ex-esposa do secretário, indicam que ele vinha recebendo propina”, explica Almeida. “Previamente identificamos a movimentação de R$ 80 mil. Mas há possibilidade de ele ter recebido também dinheiro em espécie”, completou.
Uma das empresas, aponta, é de propriedade de médicos obstetras e ginecologistas e foi aberta para atender pacientes no centro de saúde da cidade. Mensamente, parte do dinheiro pago pelos serviços era repassada ao secretário de saúde. Além disso, conforme o Ministério Público (MP-PR), os médicos não cumpriam a carga horária contratada de 40 horas por semana no atendimento à população.
Oito empresários foram levados à delegacia para depor nesta terça.
O prefeito Ivanor Damião Bernardi, disse estar colaborando com as investigações e que espera que tudo seja apurado. “Para mim foi uma surpresa. Não mexo com as licitações, que ficam a cargo de uma comissão. Assino os contratos, mas tudo depois de passar pela comissão e pelos secretários. É preciso confiar. Depois de tudo apurado vamos decidir sobre o que fazer com o secretário e outros responsáveis. Se alguém fez alguma coisa errada, precisa pagar por isso”, comentou.
Ação desta terça-feira faz parte da Operação Panaceia que investiga irregularidades em contratos na área de saúde na região. Segundo o delegado do Gaeco, ao menos 20 municípios vêm sendo investigados por supostos problemas na contratação de fornecedores e prestadores de serviços.
Um dos esquemas descobertos envolvia a compra de medicamentos superfaturados e vencidos para a prefeitura de Ibema, também no oeste. As investigações levaram ao afastamento do prefeito Antônio Borges Rabel (DEM) e à demissão de uma assistente administrativa e dos secretários de Administração e Finanças e da Saúde.(Com G1)