Um instituto que oferecia cursos à distância é suspeito de ter desviado R$ 50 milhões em um golpe aplicado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em outras instituições de ensino. A Operação Atenas, do Comando de Operações Especiais (Cope), da Polícia Civil, prendeu, nesta terça, 24 pessoas que fariam parte da organização. Entre os presos está Marcos Aurélio Paterno, de 67 anos, que, conforme o Cope, seria o idealizador e envolveu a família como laranja do esquema.
Foram cumpridos mandados de prisão em oito cidades: Curitiba, Pinhais, Paranavaí, Ortigueira, Campo Largo, São José dos Pinhais, Colombo e Dois Vizinhos. Segundo o Cope, ainda serão cumpridos mandados em outros municípios e existe a possibilidade de envolvimento de um funcionário público na fraude, o que ainda está sendo investigado.
Conforme informações divulgadas pelo Cope, o Instituto Tecnológico de Desenvolvimento Educacional (ITDE) fazia inscrições com a emissão de boletos para o pagamento de taxas, realizava os cursos à distância, mas não registrava o nome dos alunos nem emitia diplomas, já que não era reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Até agora, a Polícia calcula que quatro mil estudantes foram vítimas do esquema, mas outras denúncias devem ser registradas. Ainda segundo a Polícia, a UFPR e outra faculdade localizada em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foram as mais prejudicadas com os convênios firmados com o ITDE, mas outros centros educacionais também foram lesados.
A organização é acusada, a princípio, de praticar os crimes de lavagem de dinheiro, estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos e formação de quadrilha. A polícia calcula que os prejuízos podem chegar a até R$ 50 milhões, mas, até agora, confirmou o rombo de R$ 25 milhões.
A reportagem entrou em contrato com o ITDE, mas uma funcionária informou que não havia ninguém no Instituto para dar esclarecimentos sobre a denúncia.
A assessoria de imprensa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também foi procurada e informou que só vai se posicionar quando for notificada oficialmente da denúncia.
Fonte - Gazeta do Povo