Os dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), divulgados nesta quarta-feira (16), revelam que o número de infrações por este motivo saltaram de 3.512 para 5.089. Por dia, em média, são autuados 28 motoristas por embriaguez ao volante no Estado.
Em Curitiba, o aumento das autuações foi ainda mais expressivo: 122%, com 1.616 infrações entre janeiro e junho contra 725 no mesmo período de 2016. Isso representa uma média de nove motoristas são abordados e autuados todos os dias por dirigir sob o efeito de álcool ou de substâncias entorpecentes.
“O Governo do Paraná intensificou as fiscalizações. Apesar das inúmeras campanhas educativas, dos alertas e das milhares de notícias sobre acidentes causados pela mistura de álcool e direção, muitos motoristas continuam desrespeitando a lei, colocando a vida deles e de outras pessoas em risco” alerta o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.
Não é, contudo, apenas o consumo de álcool aliado à direção que vem causando problemas. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), 90% dos acidentes de trânsito são provocados por falhas humanas. E entre as atitudes de risco, uma que ganha cada vez mais destaque é o uso do celular ao volante.
No Paraná, ainda segundo o Detran, 312 pessoas são autuadas diariamente por serem flagradas dirigindo enquanto usam, manuseiam ou seguram o celular. Curitiba responde por quase metade das multas emitidas, com 153 registros por dia.
Não é de surpreender, então, a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos por especialistas do Instituto de Tecnologia do Transporte da Virgínia e Institutos Nacionais de Saúde: os motoristas passam aproximadamente 10% do tempo olhando para outro local que não as ruas ou estradas à sua frente.
Atitudes de risco
Álcool
Segundo as principais entidades médicas do país, condutores com alcoolemia entre 0,2 e 0,5 gramas por litro correm de 2,6 a 4,6 vezes mais risco de se envolver em um acidente fata do que um condutor sóbrio. Se o nível de álcool no sangue for ainda maior, entre 0,5 e 0,7 g/L, o risco fica até 10 vezes maior
Emoções
Dirigir com estado emocional alterado aumenta em quase dez vezes os riscos de acidente. É o que afirma estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Transportes da Virginia Tech, nos EUA. Dos cerca de 905 acidentes analisados, fatores como alterações emocionais e distração estavam presentes em quase 90%
Celular
Dirigir utilizando o celular pode ser mais perigoso do que dirigir embriagado. O controle do carro piora 91% e o risco de acidente cresce em até 400%, apontam pesquisas feitas nos Estados Unidos
Sono
A quantidade de horas dormidas e há quanto tempo o motorista está acordado influenciam diretamente na habilidade para guar. Quem dormiu 4,5 horas, por exemplo, corre 12 vezes mais chances de causar um acidente do que se tivesse dormido 8 horas. Já se dirigir de 15 a 20 horas depois de ter acordado, as chances de se envolver num acidente são 10 vezes maiores do que quando se dirige nas primeiras 5 horas
Velocidade
O excesso de velocidade desempenha um papel determinante em cerca de 30 % dos acidentes mortais. Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde, para cada 1% acima da velocidade máxima permitida os motoristas estão expostos a possibilidade 3% maior de acidente e até 5% maior de morte
Problemas de visão
De acordo com o Denatran, problemas como a catarata aumentam o risco de acidentes no trânsito 2,5 vezes. O problema é que a maioria dos motoristas só faz exame oftalmológico na hora de renovar a carteira, a cada cinco anos, quando o recomendado é fazer o exame anualmente, principalmente acima dos 40 anos. (Com Bem Paraná)
