Domingo, 26 Fevereiro 2017 13:45

Caminhoneiros pedem apoio para conter roubo de carga na BR 277

A diretoria da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) recebeu na quinta dia 23, a visita de representantes do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Paraná (Sindicam-PR), do Sindicam-Paranaguá e da Federação Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam).

 

O objetivo da visita foi pedir o apoio da Appa junto aos órgãos federais e estaduais, para inibir a prática criminosa da "vazada". 

 

A bica dos caminhões é aberta visando o furto da carga mercadorias. A incidência maior da prática ocorre no trecho urbano da BR-277, na entrada de Paranaguá. 

 

"Nós estamos buscando o apoio da Appa no sentido de aumentar a segurança em trechos da BR-277 que levam ao Porto de Paranaguá, devido ao número de caminhoneiros que estão tendo suas cargas furtadas", declarou o presidente do Sindicam-PR, Laerte Freitas.

 

O Sindicato conta com 12,8 mil associados, todos caminhoneiros autônomos – que são donos dos veículos – em todas as cidades do Paraná. 

 

"O motorista sai da origem com uma quantidade de soja e, dependendo da quantidade que é vazada do caminhão, o caminhoneiro nem chega a receber, ficando sem a remuneração pelo seu serviço", disse Laerte Freitas. 

 

Medidas 

 

Para garantir a segurança do escoamento da safra de grãos 2017, a Appa e a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária estão discutindo ações conjuntas para inibir a "vazada". 

 

"O grupo está avaliando medidas de segurança que devem ser tomadas para evitar a abertura de bicas dos caminhões. O objetivo é evitar o furto de cargas e as ações fazem parte da Operação Safra 2017", afirmou o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino. 

 

Safras 

 

O crime chamado de "vazada" é uma prática que ocorre principalmente no período de início de safra, quando o fluxo de caminhões que chegam para descarregar em Paranaguá aumenta.

 

Apenas entre os dias 01 de janeiro a 22 de fevereiro, 57.409 caminhões passaram pelo Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá. 

 

As cargas mais visadas são grãos e fertilizantes. Normalmente, o furto ocorre durante a noite ou quando o caminhão está trafegando em baixa velocidade.

 

Os criminosos rompem as bicas, que ficam na parte traseira, derramando parte da carga pela rua, muitas vezes sem que o motorista perceba. Imediatamente, outros recolhem e levam para depósitos clandestinos nas imediações do porto. 

 

Para o presidente da Federação Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam) e Presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais, Plínio Dias, mesmo não sendo de responsabilidade do Porto a segurança nas rodovias, o apoio do setor portuário é fundamental. 

 

"Soubemos que já houve uma união entre os órgãos de segurança responsáveis para evitar a ocorrência destes crimes que causam grandes prejuízos aos caminhoneiros. No entanto, precisamos que as operações de segurança sejam frequentes", ressaltou . 

 

Repressão 

 

No último dia 21 de fevereiro, equipes da Polícia Militar apreenderam 11 toneladas de fertilizantes e cerca de três toneladas de soja e cevada que estavam escondidas em um depósito.

 

A ação faz parte de uma intensificação no policiamento feito pela PM nas proximidades do Porto para inibir a "vazada". 

 

Em outra ação, a Polícia Civil apreendeu cinco toneladas de fertilizantes em um barracão clandestino durante a Operação Tombador, no último dia 14 de fevereiro. 

 

Em maio de 2015, a operação Rastro – coordenada pelo Departamento de Inteligência do Paraná (Diep), com apoio das Polícias Civil e Militar – apreendeu 35 toneladas de grãos desviados dos operadores portuários que exportam grãos pelo Porto de Paranaguá. 

 

Sete pessoas foram presas em flagrante e deverão responder pelos crimes de posse de drogas, receptação, porte irregular de arma de fogo, crimes ambientais e extração irregular de palmito. (Com AEN)

 

 

 

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