Domingo, 14 Agosto 2016 20:35

Nas últimas décadas, Paraná é o maior destruidor da Mata Atlântica

O Paraná é o estado que mais destruiu áreas de Mata Atlântica nos últimos 30 anos.

 

Considerado o histórico do período, o Paraná lidera o ranking com 456.514 hectares destruídos, área que equivale aproximadamente à onze cidades de Curitiba.

 

A pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica apontou também que o espaço desmatado entre 2013 e 2015 mais do que dobrou. De acordo com o levantamento, foram desmatados, só no último ano, 1.988 hectares de florestas nativas no estado, o que representa um aumento de 116% se comparado ao período anterior, que teve 921 hectares destruídos.

 

Cada hectare equivale a um campo de futebol – no Paraná, uma área de aproximadamente 1.900 estádios foi desmatada. O levantamento ainda aponta que 1.777 hectares ou 89% do total devastado no Paraná ocorreu em regiões de florestas com araucárias.

 

A diretora da Fundação, Márcia Hirota, relata que restam, no Paraná, apenas 3% das florestas que abrigam essa espécie ameaçada de extinção. “No caso do Paraná, temos a Araucária, que é a árvore símbolo do estado. E justamente nas regiões das Araucárias nós identificamos 89% do total de desmatamento que aconteceu no período. Então, são as florestas que já estão muito ameaçadas e que agora vêm sofrendo devastação também nesse processo mais contemporâneo”, explica.

 

O município do Paraná que mais cortou florestas nativas no último ano foi Prudentópolis, nos Campos Gerais. Segundo a pesquisa, na cidade, houve a diminuição de 189 hectares de Mata Atlântica. Lapa, Pinhão e Bituruna vem em seguida.

 

A diretora da Fundação alerta que o trabalho de recuperação deve ser coletivo. “Nós precisamos garantir os corredores de biodiversidade, os corredores ecológicos. Nós precisamos garantir a floresta. Para proteger os recursos ambientais, mas sobretudo para garantir qualidade de vida e bem-estar para nós”, ressalta, lembrando que as florestas protegem, entre outros recursos, as nascentes e rios que fornecem água para o consumo.

 

A maioria dos dados do levantamento é preocupante, mas há regiões no estado que ainda conservam grande parte da mata nativa. É o caso de cidades do litoral paranaense, como Guaraqueçaba e Guaratuba, que atualmente cultivam 80,2% das florestas.

 

Hoje, segundo Márcia Hirota, essas áreas são preservadas, principalmente, por proprietários de terra voluntários, que registram suas propriedades como reservas privadas de caráter perpétuo.

 

Denúncias relacionadas ao desmatamento podem ser feitas diretamente no site da Fundação SOS Mata Atlântica.

 

 

Mata Atlântica em Pé

 

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) lançou na última sexta-feira (12) um projeto para combater o desmatamento da Mata Atlântica. Intitulado “Mata Atlântica em Pé“, a proposta envolve também a recuperação parcial deste tipo de ecossistema no estado.

 

O projeto foi lançado durante um seminário que aconteceu na sede do MP-PR, no Centro Cívico.

 

De acordo com Márcia Hiroca, estão previstas algumas ações que devem atingir as raízes do desmatamento. “Nós temos que promover o desenvolvimento, mas não às custas das florestas naturais e da Mata Atlântica, que é um patrimônio nacional”, afirma.

 

De acordo com o promotor de Justiça Alexandre Gaio, o projeto vai facilitar a atuação dos integrantes do MP-PR para a reparação dos danos ambientais. “A força-tarefa, envolvendo os promotores de justiça, a polícia ambiental e o Ibama [Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] vão identificar os principais focos de desmatamento e buscar reparar integralmente o dano. Nós queremos, prioritariamente, recuperar essas áreas de Mata Atlântica que foram perdidas”, explica.

 

 

 

 

Por Mariana Ohde (Paraná Portal com informações da BandNews e CBN Curitiba)

 

 

 

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