A principal causa das mortes são acidentes de trânsito, seguido por afogamentos e sufocamento.
Atualmente, acidentes ou lesões não intencionais representam a principal causa de morte de crianças no Brasil. Por ano, são cerca de 4,7 mil vítimas em todo o país, o que faz com que a questão se configure como assunto de saúde pública. Contudo, a maior parte dessas tragédias poderiam ser evitadas com atitudes de prevenção.
Entre as crianças que possuem menos de um ano de idade, o acidente que fez mais vítimas no Paraná foi a sufocação, ou obstrução das vias aéreas, responsável por 72% das tragédias nessa faixa etária. Entre 2009 e 2013, 296 bebês perderam a vida dessa forma. Isso acontece porque até os quatro anos a criança fica muito exposta, já que é quando ela começa a explorar o mundo ao seu redor por meio dos sentidos - tato, audição, paladar, visão e olfato.
Por isso, é essencial que os pais/responsáveis tomem alguns cuidados, como cortar os alimentos em pedaços bem pequenos, comprar somente brinquedos apropriados para a criança (verifique as indicação de idade no selo do Inmetro) e sempre verificar se o piso está livre de objetos pequenos como botões, moedas e tachinhas. Também é importante que o bebê durma em colchão firme, bem preso ao berço, e na posição correta.
Entre as crianças mais velhas (entre 1 e 14 anos), a principal causa de morte são os acidentes de trânsito, responsável por 44,4% das ocorrências. Esse percentual sobe a partir dos cinco anos, quando outras causas, como sufocamento, perdem participação.
Desde que a lei da cadeirinha entrou em vigor, em setembro de 2010, houve uma queda no número de mortes, mas o índice segue alto. Em 2009 e 2010, o total de mortes foi, respectivamente, de 154 e 158. Nos anos seguintes, houve uma redução de aproximadamente 14% no total de vítimas, mas o número ainda é alto: cerca de 135 mortes por ano, o que significa que a cada três dias uma criança morre no trânsito.
Por fim, temos os afogamentos. Responsáveis por 15% das mortes de crianças, esses acidentes acontecem de forma rápida e silenciosa, mas poderiam ser evitados com mais atenção e educação. Não se deve, por exemplo, deixar a criança sozinha na banheira, já que cerca de 10 segundos são suficientes para que ela fique submersa. Também é preciso ensiná-la a nadar apenas com um companheiro, e sempre respeitando placas de proibição nas praias.
Dicas para evitar acidentes
Afogamentos
- Nunca deixe as crianças sem vigilância próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água
- Esvazie baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guarde-os sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças
- Piscinas devem ser protegidas com cercas que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava que dificultem o acesso dos pequenos. Também use alarmes e capas de píscina para garantir mais proteção
Sufocamento
- Corte alimentos em pedaços bem pequenos na hora de alimentar a criança
- Remova do berço todos os brinquedos, travesseiros e objetos macios quando o bebê estiver dormindo, para reduzir o risco de asfixia
- Bebês devem dormir em colchão firme, de barriga para cima, cobertos até a altura do peito com lençol ou manta presos embaixo do colchão e os bracinhos para fora. O colchão deve estar bem preso ao berço (não mais que dois dedos de espaço entre o berço e o colchão) e sem qualquer embalagem plástica
Quedas
- Use portões de segurança no topo e na base das escadas. Se a escada for aberta, instale redes ao longo dela. Ponha antiderrapante nos tapetes
- Instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e mezaninos. As redes devem ter espaços de no máximo 6 cm;
- Crianças devem ser sempre observadas quando estiverem brincando nos parquinhos. O risco de lesão é quatro vezes maior se a criança cair de um brinquedo com altura superior a 1,5 m.
Queimaduras
- Mantenha a criança longe da cozinha e do fogão
- Cozinhe nas bocas de trás do fogão e sempre com os cabos das panelas virados para trás, para evitar que as crianças entornem os conteúdos sobre elas
- Quando estiver segurando líquidos quentes, fique longe das crianças
Envenenamento / intoxicação
- Guarde todos os produtos de higiene e limpeza, venenos e medicamentos trancados, fora da vista e do alcance das crianças
- Saiba quais produtos são tóxicos. Produtos comuns, como enxaguantes bucais, podem ser nocivos se a criança engolir em grande quantidade;
- Crianças com até dois anos de idade correm maior risco de envenenamento não intencional. Produtos de limpeza e medicamentos são riscos significativos. Os bebês também podem se envenenar respirando a fumaça de cigarros. (Com Bem Paraná)