A APP Sindicato, que marcou assembleia da categoria para a próxima quarta, e tinha decidido até agora pela continuidade da greve, anunciou que vai recorrer.
O juiz determinou que também que 30% dos servidores administrativos da educação voltem aos trabalhos para garantir o início das aulas dos alunos dos terceiro ano do Ensino Médio no Estado. No fim da tarde de sexta dia 27, o governo do Estado protocolou um pedido de liminar para que a greve dos professores da rede pública do Paraná seja decretada ilegal. A questão, porém, só poderá ser julgada depois de quarta dia 04, quando a categoria vai se reunir em assembleia.
"Consideramos que a greve é legal visto o respeito a todos os procedimentos apontados na lei de greve", afirmou a APP Sindicato em nota, que reitera que a greve continua.
A greve começou no dia 9, impedindo o início do ano letivo. Os professores decidiram não iniciar as aulas em protesto contra um pacote de corte de gastos proposto pelo governo à Assembleia Legislativa, que atingia benefícios dos servidores. O pacote acabou sendo retirado de pauta depois que a Assembleia foi ocupada por manifestantes contrários as medidas.
Os professores mantiveram a greve apontando outras reivindicações, como recontratação de pessoal demitido, recomposição do quadro de funcionários das escolas e de turmas canceladas. Na última quinta-feira, após terceira rodada de negociações, o governo prometeu pagar férias atrasadas e atender outras reivindicações da categoria. Na sexta-feira, a APP decidiu manter a greve pelo menos até quarta-feira, quando acontece a assembleia. Os professores cobram o pagamento de progressões de carreira que estariam atrasadas, e somariam R$ 90 milhões. E o pagamento do terço de férias relativo a dezembro, que o governo prometeu pagar junto com o salário de março, e somaria R$ 144 milhões.
"É muito ruim que o governador, em vez de fazer um esforço para assumir o compromisso que ele mesmo firmou com a categoria, mais uma vez se comporte como imperador. O Paraná, como se vê, já não é mais uma democracia", lamentou o presidente da APP Sindicato, professor Hermes Leão, sobre a ação do governo e a decisão da Justiça. Ele alega que não há condições para as aulas começarem na segunda-feira e que a assembleia está mantida para quarta dia 04. (Com G1)