Quarta, 29 Outubro 2014 10:43

Falta de rede ameaça fornecimento de água em 42 cidades

Algumas localidades vão entrar em regime de rodízio; se investimentos não forem feitos, número de municípios em crise pode dobrar.

 

Sobrou chuva no Paraná neste ano, mas mesmo assim 10% das cidades correm risco de ter dificuldades no abastecimento. Grandes municípios, como Londrina, Ponta Grossa e Guarapuava, já têm registrado episódios esporádicos de falta de água. O calorão dos últimos dias acabou expondo o problema. Em algumas localidades, o consumo aumentou 30%, revelando que a rede não tinha condições de atender a demanda.

 

O diretor de operações da Sanepar, Paulo Alberto Dedavid, conta que a infraestrutura de abastecimento – seja na captação, no tratamento ou na distribuição – não é suficiente em 42 cidades, onde moram 2 milhões de pessoas. Num cenário que projeta os investimentos necessários para os próximos anos, o número de municípios sujeitos a problemas no abastecimento sobe para 80. 

 

A Sanepar alega que três fatores teriam influenciado na falta de estrutura adequada. Dedavid afirma que obras da área de saneamento costumam demorar cinco anos – entre o planejamento e o começo da operação – para serem executadas e que a falta de investimentos, no passado, prejudicou a rede. O crescimento desordenado das cidades também pressiona o sistema de distribuição, que faz a água chegar ao consumidor. 

 

Um exemplo é a construção de 2,7 mil unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Londrina, sem que houvesse previsão de ampliação da rede naquela região da cidade. A demora para a renovação de contratos de concessão com as prefeituras também limita a Sanepar. Sem a garantia de que continuará prestando o serviço na cidade, a empresa não consegue empréstimos para realizar as obras necessárias. Muitas vezes, as negociações se estendem por vários anos. 

 

Especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Água (ANA), Elizabeth Juliatto comenta que o Atlas de Abastecimento Urbano identificou 150 cidades paranaenses que precisam encontrar novos mananciais de água em breve. A situação não é desesperadora na maioria dos municípios, mas o objetivo do levantamento é justamente apontar os locais que exigem ações agora para que não falte água no futuro. Contudo, não há um órgão governamental que regule o setor de saneamento, estabelecendo quais investimentos devem ser feitos para atingir parâmetros mínimos e, assim, garantir a rede de abastecimento de água ou a coleta e tratamento de esgoto. 

 

 

 

 

Com informações da Rádio Educadora

 

 

 

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