Segunda, 21 Agosto 2017 17:43

Maia diz que votar impeachment de Temer traria instabilidade política

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse hoje dia 21, que julgar os processos de impeachment contra o presidente Michel Temer pode piorar o cenário político do país.

 

“Acho que a Câmara já julgou os fatos que estão no pedido de impeachment na [votação da] denúncia. Se a gente ficar remoendo o mesmo assunto, a gente só vai gerar instabilidade no Brasil”, disse, antes de participar de um evento sobre reforma política promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.

 

Na semana passada, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança, com pedido de liminar, para obrigar o presidente da Câmara a analisar o pedido de impeachment feito pela entidade contra o presidente Michel Temer. No dia 25 de maio, a OAB protocolou na Câmara um pedido contra Temer tendo como base as gravações entre ele e o empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS.

 

Para Maia, as acusações contra Temer já foram analisadas pelos deputados. No dia 2 de agosto, a Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente. O processo está baseado na delação premiada de Joesley Batista.

 

“Nós vamos, agora, fazer o mesmo processo de impedimento, com as mesmas informações que nós temos, é querer parar o Brasil. Não me parece a coisa mais razoável”, enfatizou o presidente da Câmara, que também negou que haja demora em analisar o tema. “Os pedidos de impeachment na Câmara e no Senado correm no seu tempo”, acrescentou.

 

 

Reforma Política

 

Maia defendeu o texto da reforma política que deve ser apreciado nesta terça dia 22, pelo plenário da Câmara dos Deputados. Segundo ele, a criação do “distritão” abre espaço para renovação nos cargos eletivos. “Acho que o sistema majoritário sempre renova mais que o sistema proporcional, que é muito conservador do que qualquer sistema majoritário”, disse.

 

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03 propõe a mudança do sistema proporcional para as eleições de deputados e vereadores para a modalidade chamada “distritão”, no qual são eleitos os candidatos mais votados, sem considerar a proporcionalidade dos votos recebidos pelos partidos e coligações. Além disso, está no texto a criação de um fundo para financiar as campanhas eleitorais a partir de 2018.

 

Para o presidente da Câmara, a proposta representa uma conciliação para que em 2022 seja adotado um sistema que mescla a eleição majoritária com proporcional. “Tem um texto que vai fazer uma transição com o sistema atual para o sistema majoritário, que vai caminhar, em 2022, para o distrital misto. Dessa forma eu acho que é um ganho para o Brasil, já que os dois extremos, os dois polos de sistema que são defendidos não tem votos sozinhos para a sua vitória. Nem o distrital, nem a lista fechada consegue construir a maioria”, disse. (Com Agência Brasil)

 

 

 

Veja também:

  • Temer volta a Brasília e deve retomar agenda de trabalho no Planalto

    O presidente Michel Temer retornou hoje dia 1°, a Brasília após passar por uma cirurgia em São Paulo na semana passada e permanecer em repouso.

     

    Temer saiu da capital paulista no início da manhã e chegou em Brasília por volta das 10h30.

  • Temer é o presidente mais impopular do mundo, diz pesquisa

    O brasileiro Michel Temer é considerado o presidente com maior taxa de rejeição do mundo, atrás até do venezuelano Nicolás Maduro, indicou uma pesquisa do grupo de análise política Eurasia.

     

    De acordo com a sondagem, que coletou dados a partir do mês de agosto, Temer detém 3% de aprovação popular, a menor em todo o mundo.

  • Temer passa mal e é levado a centro cirúrgico de hospital, diz TV

    No dia em que denúncia por obstrução de justiça e organização criminosa deve ser votada, o presidente da República, Michel Temer, passou mal e foi encaminhado para o centro cirúrgico do Hospital do Exército, em Brasília (DF).

     

    A notícia foi divulgada pela jornalista Andréia Sadi, da GloboNews.

Entre para postar comentários