Por isso optou por cursar administração de empresas. Em um curto período em que trabalhou na Livraria Cultura, conheceu o mundo das planilhas de Excel, viu que muitas pessoas tinham dificuldades para operar o programa e resolveu se especializar no assunto.
No ano passado, o empresário faturou R$ 512 mil com a Doutores do Excel, um crescimento de 62% em comparação com o ano anterior (R$ 316 mil). O lucro não foi revelado.
Segundo ele, desde que o negócio começou, em 2011, a empresa não para de crescer.
"Na livraria Cultura, comecei, então, a estudar e a dar aula particular de Excel para ganhar um dinheiro extra, durante a faculdade. Acabei montando uma apostila e criei uma metodologia de ensino."
Curso mostra ferramentas na prática
De acordo com Delgado, muitos cursos de Excel mostram ao aluno os benefícios pontuais que o sistema pode oferecer e não apresentam todo o potencial do programa.
"Eles pegam uma necessidade específica da empresa que está pagando o curso e trabalham em cima dela. O aluno precisa, na verdade, conhecer a parte técnica para operar o sistema como um todo. Nós mostramos as ferramentas, como é possível utilizá-las e quais são as suas funcionalidades na prática. Assim ele consegue utilizar o programa para as mais variadas funções."
Empresa não tem sala de aula
Delgado afirma que, inicialmente, tentou abrir uma escola física no centro de São Paulo. "Na época, eu cobrava R$ 300 por aluno e não cabiam mais do que seis pessoas no espaço."
Alguns meses depois, ele diz que fechou um contrato para dar o curso dentro de uma grande empresa e abandonou a loja física. "Eles me procuraram para dar aula para 30 pessoas. Quando fomos conversar, fechei um contrato para treinar 300, o que me tomou o ano todo porque eu trabalhava sozinho."
Depois desse período, Delgado afirma que foi procurado por outras empresas e precisou contratar mais gente.
Hoje ele cobra, em média, R$ 6.000 por um curso ministrado de 20 horas para 15 pessoas dentro de uma companhia. A Doutores do Excel também começou, há alguns meses, a oferecer cursos a distância (para empresas e pessoas individualmente). Ele disse que, nessa plataforma, o custo das aulas cai pela metade.
Por causa da nova modalidade do curso, Delgado espera um aumento de 10% a 20% no faturamento anual.
Empresa atua em cima da demanda
Para Davi Jeronimo, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o empresário soube investir em uma área na qual a demanda só cresce.
"O Excel é um programa utilizado na maioria das companhias, o que torna o negócio muito rentável. O fato de a empresa oferecer o curso "in company" [nas empresas] é visto como muito positivo para a maioria dos clientes, já que não haverá a necessidade de o funcionário se deslocar até a escola."
Negócio é fácil de ser copiado
Jeronimo afirma, no entanto, que a empresa deve investir sempre em inovação porque é um negócio fácil de copiar.
"Há muitos profissionais bons no mercado, ainda mais neste período de crise. Por ser uma área que tem demanda, a concorrência, que já existe, tende a aumentar ainda mais." (Com UOL)