Segunda, 20 Outubro 2014 15:29

Americana em estado terminal planeja morrer em 1º de novembro

“Não tenho medo de morrer. Só não quero estar lá quando isso acontecer.”

 

A frase, do cineasta Woody Allen, ilustra bem o sentimento da humanidade em relação à morte. A americana Brittany Maynard, de 29 anos, não é diferente. Mas não só planeja “estar lá”, como quer, ela mesma, “dar as cartas”. Brittany sofre de um câncer terminal no cérebro e se mudou da Califórnia para o estado de Oregon para poder ter direito a uma morte digna e com hora marcada.

 

Oregon é um dos cinco estados americanos que permitem o suicídio assistido para doentes terminais. Brittany já tem em mãos as drogas letais com que pretende abreviar a própria vida quando achar que chegou a hora. Ela se deu inicialmente a data de 1º de novembro, quando já terá passado o aniversário do marido, Dan, mas não sabe se estará ou não viva no dia seguinte.

 

Brittany diz que não quer morrer. Mas como os médicos lhe deram apenas seis meses de vida – na verdade, uma sobrevida com muito sofrimento – ela prefere morrer à sua maneira: ouvindo música no quarto que divide com o marido e cercada do carinho da família.

 

Filha de mãe solteira, a jovem se casou em 2012 e planejava engravidar quando recebeu o diagnóstico de câncer, depois de meses padecendo de fortes dores de cabeça. O tratamento agressivo a que foi submetida a deixou toda inchada. Ao se conscientizar de que não havia perspectiva de cura e de que a doença evoluiria rapidamente, Brittany decidiu associar seu nome a uma organização (http://bit.ly/ZclGMJ) que luta pelo direito dos doentes terminais a uma morte digna.

 

O vídeo em que conta sua história já teve oito milhões de visualizações. Ela diz que daria tudo por uma varinha mágica que pudesse reverter sua situação mas que, como isso não é possível, quer deixar um legado de menos sofrimento para pessoas desenganadas como ela.

 

A questão reacende um debate moral. A Associação Médica Americana se opõe ao suicídio assistido, mas dois terços da população já se mostram favoráveis à prática, que aguarda votação em mais sete estados.

 

Nem todos os pacientes terminais que recebem as drogas letais chegam às vias de fato. Em Oregon, o índice não passa de sessenta por cento. Brittany se reserva o direito de recuar, se for o caso. Aparentemente, o importante, para esses pacientes, é deixar a porta aberta – e reter algum controle sobre suas vidas.

 

*Beatriz Alessi é jornalista e cidadã do mundo, como a maioria dos mineiros. Contadora de histórias, acha que a vida de toda mulher daria um grande filme - ou pelo menos uma modesta crônica. (Com Msn)

 

 

 

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